Não parecia ser uma bomba relógio, mas no fundo, no fundo, tinha todos os componentes de uma bomba prestes a explodir. Passou um ano, dois, chegou ao quinto. A história aconteceu em uma família rodeada de advogados por todos os lados.
O personagem principal já foi o ex-padrasto da criança e agora, para onde ele foi? E como ficará a vida dele depois da declaração de sua ex-sogra que diz que no Brasil, após o falecimento da mãe, a avó tem plenos direitos de ficar com a criança? Ele também terá que disputar a guarda de sua filha com ela? Terá que viver eternamente com a ex-sogra? A nova esposa terá que morar lá também?
A avó virou lider e passou do limite adequado ao falar coisas absurdas. Como podemos dar credibilidade aos textos escritos por ela e as declarações à imprensa se ela definitivamente não processa o conteúdo investigado, não valoriza os especialistas que já declararam que a criança sofre alienação parental? Ela insiste em dizer que não deixaram o neto falar. Ela não percebeu que todo mundo sabe exatamente o que ele vai dizer? Por que ninguém ajuda essa sra a não passar por esse papel ridículo?
Ela deu o azar da filha ter se casado com um homem que quer ser pai, quer cuidar da criança. Existem mesmo outros pais que já teriam desistido ou teriam aceitado as migalhas que lhe sobrariam, atitude comum nos processos pós separação no Brasil.
Ela está arrasada porque o Lula não respondeu sua carta, como se isso fosse óbvio, como se o presidente tivesse que consolar sua perda e mais, tivesse que defender sua causa. Será que antes o presidente era tão validado assim por lá? O que vem abaixo dele não serve, porque tomaram a decisão de seguir a lei. Lei???
Muito mais do que seguir um tratado com outro país, um combinado, uma lei, estamos falando, acima de tudo do óbvio. Após o falecimento da mãe a criança fica com o pai. Os avós podem apoiar, assumir temporariamente, mas se o pai for um homem presente que tenha seu lar organizado para receber a criança, o filho é dele. Não há nada que desabone esse pai. Se houvesse já estaria estampado em todos os jornais. Eu confio totalmente na competência dessa família para desvalidar o pai. Se não há provas é porque não existem.
A cena real é a de um pai traído que teve seu filho levado de dentro de casa para nunca mais voltar. Uma família materna sem limites que apoiou os atos inadequados da mãe para protegê-la do homem que não ganhava muito dinheiro e não a satisfazia mais. Ele poderia ser o pior marido desse mundo, mas nunca poderia ser desvalidado como pai.
Vamos ensinar os nossos filhos a assumirem os seus erros. Se a filha foi morar no exterior, se encantou pelo lindo modelo, se casou, teve um filho e resolveu se separar, tem que assumir suas atitudes sem fugir.
Ele não a deixaria ir embora para o Brasil com a criança? Espero que não mesmo. Já acho o fim da picada uma mãe no Brasil poder mudar de cidade após a separação, ir embora para mais de 500, 100 km de distância e o pai não poder fazer nada.
E a mãe da criança morreu. Pode existir acontecimento mais surpreendente e improvável nessa história? Uma história que se transformou em um pesadelo macabro, cheio de tramóias, arranjos, subterfúgios e apelações.
A mãe foge de casa e encontra todos os recursos legais para viver como se o passado não tivesse existido. Se casa novamente com um poderoso advogado, engravida e morre no parto?? Há quem diga que foi castigo. Há quem diga que foi uma fatalidade sem precedentes. E se a mãe não tivesse morrido?
Esse menino teve que deixar para trás sua vida organizada aos 4 anos. Agora vai deixar tudo novamente, aos 9 anos. A mãe morreu. O pai foi totalmente desvalidado. O que espero agora? Que essa criança seja resiliente e faça desse limão, uma limonada. Espero que essas perdas, as frustrações o ajudem a crescer forte, determinado a ser feliz. Que as perdas da infância sejam ganhos na adolescência e na vida adulta.
Para a avó, desejo que descubra que o mundo não gira em torno de nossos interesses, que enxergue que existem convenções sociais de paz a serem seguidas e que os pais são mais importantes do que os avós. Que entenda que por mais que ela não goste, esse é o pai que o menino tem.
Roberta Palermo
Terapeuta Familiar