quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Você é o pai

Você pai, que se separou e precisa lutar para manter os dias de convivência com o seu filho, não desista. Veja o bom exemplo de David Goldman e siga adiante.

Ele não aceitou viver sob as chantagens que a ex-esposa e familiares maternos queriam lhe impôr. Ele tinha a razão, então por que ceder? Por que aceitar as migalhas quando se tem o direito de ter uma convivência saudável, de qualidade? Por que aceitar que falem mentiras a seu respeito?

Você pai, que morre de medo da ex, está na hora de mudar. A criança não é propriedade da mãe. Inclusive ela também é responsável financeiramente pelo filho, proporcionalmente a seus rendimentos financeiros.

Se a mãe não estiver em casa quando você for buscar o seu filho, se ela viajar nos seus dias de convivência, entre com um pedido de guarda.

Mesmo que a guarda continue sendo da mãe, mostre que você não vai aceitar que ela atrapalhe essa relação. Você vai denunciá-la todas as vezes que ela violar o combinado realizado diante do juiz.

Para piorar ainda mais, a mãe tem permissão para se mudar e pode ir para 500, 1000 km de distância sem a sua autorização. Como resolver esse problema? Garantindo as férias escolares inteiras da criança com você e os feriados prolongados.

E que tal batalhar por um projeto de lei que estipule uma quilometragem máxima para a mudança de cidade após a separação? Temos que pensar bem antes de termos filhos, pois depois a vida não é mais só nossa.

David Goldman foi corajoso o suficiente para levar até o fim a sua causa. Ele vive em um país que segue as leis, diferente do que acontece aqui no Brasil. Quando ele ia imaginar que para uma lei ser cumprida seriam 5 anos de disputa?

O pai brasileiro se acomoda ou desiste por causa da lerdeza do Poder Judiciário e isso tem que mudar! Vai demorar sim, mas você não vai desanimar. Você está investindo hoje para ser pai do seu filho.

Não sei se ele teria conseguido vencer a batalha sozinho. Então você precisa ter um bom advogado. Peça ajuda, faça um blog, fórum na internet, coloque a boca no mundo, como os amigos de David fizeram.

Você pai, que morre de dó da criança, lembre-se de que, apesar de vê-la apenas em finais de semanas alternados, você tem a obrigação de educá-la. Então na sua casa deve haver regras, limites e rotina.

Não tenha medo de seu filho se assustar por ter que ir buscá-lo com a polícia, se for o caso. E não é a mãe que decide se você vai apresentar ou não a criança para a madrasta.

Por que só você quer poupar a criança, enquanto a mãe está judiando dela ao afastá-la do pai? E o pai que aceita o afastamento está compactuando com a maldade.

O que você vai dizer para o seu filho quando ele crescer? Que a mãe dele sumia com ele nos finais de semana, inclusive ele chorava para não ir para a sua casa?

E enquanto isso onde estava o pai que deveria lutar por ele? Dá muito trabalho, dor de cabeça, úlcera, gastrite, o advogado vai custar caro, mas você vai adiante.

Vai inclusive fazer o exame de DNA se existir alguma dúvida sobre a paternidade. Pois acima de tudo é direito da criança saber quem é o seu pai. Quem sabe ainda conseguimos que esse exame seja realizado na maternidade, junto com o teste do pezinho.

E depois que você conseguir garantir os seus dias de convivência, vai processar a mãe se for cabível nas leis. Mesmo que falem que sabiam que no fundo no fundo você só queria saber de dinheiro.

Se cada pai lesado não deixar pra lá as maldades de uma mãe, quem sabe elas passem a pensar duas vezes antes de acusar o ex-marido de abusar sexualmente da criança, por exemplo.

Por que depois de 2, 3 anos, quando finalmente o pai consegue provar que nada aconteceu, ele deixa pra lá a punição? Por dó da criança? Porque está cansado de batalhas judiciais? Isso é ser egoísta. Há muitos outros pais e filhos que sofrerão a mesma coisa porque as mulheres sabem que não acontecerá nada com elas.

A criança vai sofrer ainda mais? Foi a mãe que causou esse sofrimento e ela continuará a fazer a criança sofrer se ninguém brecá-la.

Os filhos esperam que os pais cuidem deles. Imponham limites, falem “não”. Não querem ter um pai banana que abaixa a cabeça e aceita viver de migalhas.

Você é o pai de seu filho. Assuma a sua posição.

Roberta Palermo
Terapeuta Familiar