Será que estamos diante de um exemplo claro de um pai que não impõe limites ao filho? O avô paterno da menina Isabella, alguma vez, reprovou atitudes do filho ou sempre as encobriu? As notícias que lemos são de que o pai da menina Isabella levou à falência várias empresas. Quem pagou as despesas? Era o avô paterno da menina que pagava a pensão alimentícia devida pelo filho. O pai deu o apartamento onde o filho morava com a esposa e mais dois filhos, sendo que esse filho não pagava nem a pensão da primeira filha. Algum dia esse pai aplicou uma sanção ao filho pelos erros cometidos? Os pais são o modelo mais presente que a criança tem desde o nascimento. Uma família que não impõe limites não educa. Quando a criança leva um chocolate do supermercado escondido não podemos fingir que não vimos. Voltamos ao local e pedimos para que a criança devolva. Se o peixinho dourado do aquário morrer não corremos comprar outro para colocar no lugar sem que a criança perceba a perda. A criança precisa aprender a lidar com frustrações. Se a criança encontrar uma moeda no chão da livraria, explicamos que ali deixaremos, pois o dono pode sentir falta e voltar para buscar. Se a criança chegar da escola reclamando que a professora lhe deu bronca, perguntamos o que exatamente ele fazia de inadequado ao invés de falar mal da professora e imediatamente mudar a criança de escola, e ainda descobrir que todas as professoras nos dias de hoje perseguem a pobre criança. Se o filho menor de idade for pego dirigindo o carro da família, não combinamos que vamos dizer que ele pegou a chave escondido. Enfim, esses são poucos exemplos de como não educar um filho. De como colocar no mundo uma pessoa do mal. Até hoje, porém, a pior conseqüência de um filho sem limites era morrer depois de bater e capotar o carro novo por estar em alta velocidade em uma avenida. Um filho que tem um pai que encobre todas as suas falhas não sabe resolver um problema. Sempre que aparece um, liga no mesmo instante para o pai. (O que a família paterna da menina Isabella chama de costume familiar, pois são muito unidos). O pai de Isabella finalmente tomou uma decisão, resolveu um problema sozinho? Fica claro então, o que acontece quando não ensinamos nossos filhos, desde pequenos, a resolverem, a assumirem as conseqüências de seus atos inadequados. Ou eles não aprendem a resolver ou resolvem da pior maneira possível. São despreparados para lidar com frustrações, afinal nunca tiveram uma. Lembrem-se de que não há julgamento precipitado sobre a morte da menina. Até o presente momento não há o menor indício de que outra pessoa, além do casal acusado, estivesse no local. Mais uma vez estão resolvendo o problema para o filho? Será que mesmo nessa proporção de horror o filho protegido sairá ileso? Não percam os próximos capítulos dessa triste história e respondam a pergunta: Você educa o seu filho?
Roberta Palermo
Terapeuta Familiar