segunda-feira, 31 de março de 2008

Menino de 12 anos aprendendo a dirigir

Foi uma notícia que chamou a atenção pela falta de limite que os pais e familiares impõem às crianças. A tia estava em uma avenida movimentada ensinando o sobrinho a dirigir e mais duas crianças estavam no banco de trás. Um policial estranhou o tamanho do condutor do carro e foi verificar. O que quero salientar nesse momento, foi a frase, mais ou menos assim que o tio falou para justificar: "Sabe como é criança de 12 anos quando quer dirigir". Então peralá! Quem decide? Quem manda? Quem educa? A criança inclusive não quer decidir. Ela espera que os adultos resolvam os impasses. Muitas vezes pedem limite. Esperneiam esperando escutar um "não" e até se decepcionam com a falta de jeito dos adultos em rapidamente ceder ao escândalo. Onde não há platéia, não há show, então quando os pais se depararem com a criança em momento de birra, ignorar pode ser a melhor solução. Diga para a criança que quando ela parar de chorar, de gritar, vocês conversam. Outra saída é mudar de assunto: "Nossa, venha ver como o céu está escurecendo, acho que vai chover!" O mesmo serve para a birra para entrar no carro, sentar no cadeirão, entrar no banho, ir embora da casa de um colega. Existe uma hierarquia. Os pais mandam. Os pais têm que acreditar na linha de educação que escolheram e seguir. Um problema pode ser não ter uma "linha de educação". E o que é ter uma linha de educação? É quando pai e mãe conversam sobre como educar a criança e fazem combinados sobre os horários, alimentação, escola, entre outras necessidades da criança. Quando pai e mãe conversam, falam a mesma linguagem, passam segurança para a criança. Ela sabe que é cuidada pelos pais, que pode contar com eles. Se a criança não respeita as regras, imediatamente deve receber uma sanção: "Que pena que você não fez como combinamos. Hoje não vamos ler o livro que você trouxe da biblioteca da escola". Cada família tem que tirar o que sabe que a criança sentirá a perda. O que a criança tem que perceber é que uma atitude inadequada dela causou dano à ela mesma. Por que a criança fará coisas erradas e depois terá que arcar com perdas por causa dessas atitudes ruins? Quando a criança finalmente percebe que "vai se dar mal"controla mais seus impulsos, procura atender aos pedidos dos pais com mais facilidade. Os pais devem tirar apenas o que sabem que darão conta de fazer. A sanção tem que ser imediata e simples. A criança perde na hora: um dia sem videogame ou os pais não vão ler o livro antes de dormir ou a criança ficará sozinha em seu quarto e não com os pais, como faz diariamente, ou a criança não vai tomar banho na banheira e se divertir com os brinquedos. Os pais já podem ter na cabeça essas sanções, assim não têm que resolver na hora em que estão nervosos. Algumas vezes a criança faz uma coisa inadequada, mas vale a pena fingir que não vimos. Selecionem o que vale a pena e o que não vale a pena ser motivo de discussão. Depois que chamar a atenção e aplicar a sanção, mude de assunto. A discussão que ocorreu no café da manhã não precisa se arrastar até o jantar. Não façam tudo para os filhos. Eduquem. Roberta